Melhora dos processos de cicatrização em pacientes com úlcera de pressão e queimaduras

Aloe vera

Conhecida popularmente como babosa, babosa-verdadeira, aloe-de-barbados, aloe-de-curaçau, erva babosa ou caranguatá de jardim, apresenta suas folhas longas e pontiagudas.

Planta de caule curto e raízes longas, sendo de fácil cultivo em clima quente e seco, não sendo exigente com relação ao solo. Suas propriedades curativas são conhecidas e descritas a milhares de anos.

Os egípcios se referiam a ela como “a planta da imortalidade”. A Aloe vera apresenta mais de 20 compostos com atividades benéficas, dentre os quais pode se citar antraquinonas, vitaminas, minerais, carboidratos, enzimas, lipídeos, compostos orgânicos, aminoácidos.

Ação Farmacológica da Aloe Vera

  • Inibição do tromboxano;
  • O lactato de magnésio presente nesta planta previne a produção de histamina o que reduz o eritema e a irritação cutânea;
  • Inibe a sínese de citocinas pró-inflamatórias L- 6 e IL – 8, impede a adesão de leucócitos, aumenta os níveis de IL – 10 (citocina anti-inflamatória) e reduz os níveis de TNF-α;
  • As propriedades regenerativas da aloe se deve aos seus componentes que agem nos receptores do fator de crescimento fibroblástico (FGF).

Revisão realizada por HEKMATPOU et al. (2019) sobre as diferentes aplicações da Aloe vera na dermatologia.

Autor Amostra Método Resultados
Khrorassani et al. (2009) 30 pacientes com queimaduras em diferentes áreas do corpo Cada paciente após randomização aplicou um creme com aloe vera a 0,5% ou sulfadiazina de prata a 1%. Nos dois grupos a aplicação ocorreu 2 vezes ao dia e os pacientes foram analisados após 20 dias. 80% dos pacientes que receberam sulfadiazina e 100% dos pacientes tratados com aloe vera foram curados após 20 dias. A média dos dias para melhora das queimaduras foi de 15,9 dias no grupo aloe e 18,73 no sulfadiazina. Não foram observadas infecções em ambos os grupos.
Malek et al. (2013) 64 pacientes com queimaduras de segundo grau 32 pacientes receberam gel de aloe vera e os outros 32 receberam creme de sulfadiazina de prata a 1%, ambos diariamente. Os parâmetros foram avaliados na linha base e nos dias 7 e 15. Ambos os grupos apresentaram melhoras em relação a linha base e no 15° dia. Porém, uma significativa diferença foi encontrada entre os dois grupos em favor dos pacientes tratados com aloe (p<0,0001). A cicatrização das queimaduras ocorreu mais rapidamente no grupo aloe em comparação com a sulfadiazina.
Panahi et al. (2015) 60 pacientes com feridas crônicas
(41 pacientes com úlceras de pressão, 13 pacientes com úlcera diabética e 6 pacientes com úlceras devido a desordens venosas)
O grupo tratamento recebeu aloe vera e o grupo controle foi tratado com fenitoína por 30 dias. A dor, a profundidade, o tamanho, o edema ao redor da ferida, a quantidade de exsudado e o tecido necrótico no grupo intervenção mostraram diferenças estatisticamente significativas em comparação com o grupo controle (p<0,001). O uso de aloe vera reduziu de maneira mais efetiva a dor e acelerou os processos de cicatrização quando comparado com o controle.
Ahmani et al. (2014) 60 pacientes com fissure anal crônica 30 pacientes receberam 0,5% de aloe vera em creme 3 vezes ao dia por 3 semanas e 30 pacientes receberam placebo 3 vezes ao dia por 3 semanas. Uma diferença estatisticamente significativa foi observada na diminuição da dor e do sangramento e um aumento nos processos de cicatrização das feridas nos pacientes com fissura anal crônica tratados com aloe vera quando comparados com o placebo (p<0,001).
Eshghi et al. (2010) 49 pacientes foram alocados após hemorroidectomia Gel de aloe vera a 0,05% foi usado no grupo tratamento e placebo foi usado como controle.

A terapia iniciou-se 12 horas após o procedimento e durou 28 dias com aplicação 3 vezes ao dia.

Após 14 dias do início da terapia 100% dos pacientes do grupo intervenção estavam curados vs. 4% do grupo controle.
Syed et al. (1996) 60 pacientes com diagnóstico com psoríase vulgaris O grupo intervenção (n=30) usou 0,05% de aloe vera em creme ou gel no máximo 3 vezes ao dia. 30 pacientes receberam placebo. No grupo tratado com aloe vera foi observado uma melhora de 83,3% das placas psoríaticas vs. 6,6% no grupo placebo. As placas foram significativamente reduzidas (p<0,001) e as biopsias demonstraram diminuição da inflamação e da paraqueratose.

Formulário

Formulações sisponíveis nos processos de cicatrização

Aloe vera em Pacientes com Queimaduras          

Creme de Aloe Vera

Aloe vera no Pós-Hemorroidectomia   

Gel de Aloe Vera

Creme Cicatrizante com Fatores de Crescimento

Neste estudo prospectivo, os pesquisadores avaliaram o efeito preventivo e terapêutico de um creme com multifatores de crescimento em cicatrizes pós tireoidectomia. (Park et al., 2017).

  • A média dos escores totais na escala Vancouver foram significativamente menores na 6ª e 12ª semanas de tratamento, comparado à linha base, o grau de pigmentação foi significativamente menor na última semana de tratamento, em relação à linha base e mais de 85% dos pacientes ficaram satisfeitos com o uso do creme com fatores de crescimento, sem nenhum efeito adverso.

Formulário

Formulações com Copasil® e Alpawash® nos Processos de Cicatrização

Copasil no processo de cicatrização

AlpaWash no processo de cicatrização e feridas

Copasil®

É uma base pronta de silicone anidro com características oclusivas que ajudam a manter o ambiente hidratado, atuando no final do processo de proliferação, melhorando a aparência da cicatriz.

A combinação de ingredientes naturais, como óleo de copaíba e de amêndoas doces, cria um efeito sinérgico na pele, conferindo benefícios no cuidado de cicatrizes.

Desta forma, é capaz de controlar a produção de colágeno na região afetada, reduzir a proliferação de fibroblastos e prevenir a formação de cicatrizes hipertróficas e queloides.

Alpawash™

É uma base única, que contém extratos naturais e possui benefícios no cuidado de feridas por ter ação anti-inflamatória, calmante e cicatrizante. Além de ser eficaz isoladamente, diversos ativos podem ser incorporados para se acelerar o processo de cicatrização.

O gel de aloe vera aumenta a contagem de colágeno nas feridas, mas também aumenta a ligação cruzada entre as moléculas durante os processos de cicatrização.

Este fitoterápico também aumenta a flexibilidade e diminui a fragilidade da pele em 99%. A presença de mucopolissacarídeos, aminoácidos e zinco auxiliam na manutenção da integridade cutânea, hidratação, redução do eritema e previne o aparecimento de úlceras.

Referências

HEKMATPOU, D. et al. The Effect of Aloe Vera Clinical Trials on Prevention and Healing of Skin Wound: A Systematic Review. Iran J Med Sci. 2019 Jan;44(1):1-9.

PARK, JW. et al. Advanced Growth Factor Delivery Systems in Wound Management and Skin Regeneration. Molecules. 2017 Jul 27;22(8). pii: E1259.