Em resumo, a constipação é um problema extremamente comum em crianças, sendo responsável por um grande percentual de visitas a pediatras e gastroenterologistas pediátricos. No entanto, a prevalência de constipação funcional nas comunidades não é conhecida com precisão.

Com isso, a ocorrência de constipação crônica em crianças pode levar a fortes dores abdominais, além de:

  • supressão do apetite;
  • baixa autoestima resultante da incontinência fecal;
  • isolamento social;
  • sentimentos de depressão;
  • absentismo escolar;
  • desagregação familiar.

Além disso, quando não adequadamente controlada, pode persistir na vida adulta. Assim, o tratamento precoce eficaz em crianças pode proporcionar uma cura definitiva.

Tratamento para crianças com constipação intestinal

Em suma, o tratamento tem como objetivo a produção de fezes moles e indolores e a prevenção de nova constipação, o que pode ser conseguido por:

  • mudanças na dieta alimentar;
  • intervenções comportamentais;
  • uso de laxantes ou por meio de uma combinação desses fatores.

Agora, quanto aos medicamentos, as opções incluem lubrificantes, tal como: óleo de parafina, laxativos osmóticos, entre os quais lactulose, sorbitol, hidróxido de magnésio e polietilenoglicol (PEG), e laxantes estimulantes, tais como bisacodil ou sene.

Em resumo, o polietilenoglicol (Macrogol) é um polímero de unidades de óxido de etileno de peso molecular variável. Além disso, polímeros com um peso molecular superior a 3000 não são absorvidos ou metabolizados no intestino. Assim, são utilizados como laxantes osmóticos, dada sua elevada capacidade de ligação de água.

Além disso, a superioridade do PEG em relação a outros laxantes osmóticos tem sido bem documentada em adultos. Porém, a base de evidências é mais restrita em populações pediátricas.

Para isso, a maioria desses estudos inclui crianças mais velhas, sendo que há poucos dados disponíveis para crianças com menos de três anos.

Recentemente, pesquisadores realizaram um estudo de comparação da eficácia do PEG 4000 e da lactulose no tratamento de crianças com idade entre 12 e 36 meses com prisão de ventre crónica.1

Conclusão:

Em suma, esse estudo realizado na Tailândia mostrou que o PEG 4000 pode ser mais eficaz do que a lactulose no aumento da frequência de evacuações em crianças com constipação crônica, além de bem tolerado.

Assim, essa constatação contribui para a crescente base de evidências de que os PEGs. Logo, quando utilizados como laxantes osmóticos, são mais eficazes que a lactulose no tratamento da constipação em crianças.

Em termos de segurança, a tolerabilidade do PEG 4000 foi satisfatória e amplamente comparável à da lactulose.

Em síntese, o tratamento envolve as seguintes etapas:

  • desimpactação do fecaloma quando presente;
  • mudança de hábitos alimentares por meio do aumento da ingestão de fibras;
  • reeducação dos hábitos de toalete;
  • utilização de medicamentos em doses elevadas e por tempo prolongado.

Nesse contexto, pesquisas têm demonstrado a eficácia e a segurança do uso prolongado do polietilenoglicol na população pediátrica.

Para isso, a opção pela manipulação tem sido indicada, pois a dose terapêutica do PEG 4000, quando utilizado em longo período, é de 0,32 a 0,76g/kg/dia, correspondendo a uma média de 0,5g/kg/dia. Para a retirada do fecaloma impactado, a dose utilizada do PEG 33502 é de 1,5g/kg/dia, durante três dias2.

Referências

  1. TREEPONGKARUNA S.; SIMAKACHORN N.; PIENVICHIT P.; VARAVITHYA W.; TONGPENYAI Y.; GARNIER P.; MATHIEX-FORTUNET H. A randomised, double-blind study of polyethylene glycol 4000 and lactulose in the treatment of constipation in children. BMC Pediatr., v. 14, p.153, 2014.
  2. GOMES, P. B et al. Polyethylene glycol in the treatment of chronic functional constipation in children. Rev. Paul. Pediatr., v. 29, n. 2, São Paulo, jun. 2011.