É importante conhecer as diferenças entre a gripe comum, a influenza e a dengue. Os sintomas iniciais da gripe e da influenza, causada pelo vírus influenza, são bastante semelhantes. A febre é um sintoma comum a ambas as duas doenças, além de dores de cabeça e fadiga. À medida que avançam, aparecem manifestações que as diferenciam.

A dengue, por sua vez, pode ser uma infecção assintomática ou apresentar desde formas oligossintomáticas até quadros graves com ou sem hemorragia, podendo, em alguns casos, levar a óbito. A origem da palavra dengue é espanhola e significa “melindre”, “manha”. O nome representa o estado de prostração apresentado pelo doente.

Confira no quadro a seguir um comparativo entre os sintomas da dengue, gripe comum e influenza A (H1 N1)

Quadro Geral

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Sintomas Gripe Comum Influenza A (H1N1) Dengue
Calafrios Esporádicos Frequentes Frequentes
Cansaço Moderado Extremo Extremo
Dor de cabeça Menor intensidade Intensa Intensa
Dor de garganta Acentuada Leve Não apresenta
Dor ou ardor nos olhos Moderada(o) Intensa(o) Intensa(o)
Dores musculares Moderadas Intensas Intensas
Febre Não chega a 39o Início súbito a 38o Acima de 38o
Manchas vermelhas pelo corpo Não apresenta Não apresenta Geralmente apresenta
Muco (catarro) Forte e com congestão nasal Pouco comum Não apresenta
Tosse Menos Intensa Seca e contínua Não apresenta

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Quais são os principais sintomas da dengue?

A primeira manifestação da dengue é, geralmente, febre alta (de 39 a 40°C) com duração de dois a sete dias.

A doença é acompanhada de uma forte dor de cabeça, prostração, dores no corpo e articulações, erupção e prurido cutâneo, além de dor atrás dos olhos. Perda de peso, náuseas e vômitos também são comuns. 

No período de diminuição ou desaparecimento da febre, o que geralmente acontece entre o terceiro e o sétimo dia, alguns casos evoluem para a recuperação e cura, mas há outros que podem evoluir para formas mais graves da doença. 

Quando acometido pela forma mais grave da dengue, o indivíduo apresenta:

  • Sangramento de mucosas;
  • Letargia ou irritabilidade;
  • Hipotensão postural (lipotímia);
  • Aumento progressivo do hematócrito;
  • Dor abdominal intensa e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, pericárdico).

Como a dengue é transmitida?
A transmissão da dengue acontece pela picada do mosquito Aedes Aegypti. Também foram registrados casos de transmissão vertical (gestante – bebê) e por transfusão sanguínea. Quando o vírus da dengue circulante no sangue de uma pessoa em viremia é ingerido pela fêmea do mosquito durante o repasto, o vírus infecta o mosquito e, após um período de oito a doze dias de incubação, pode ser transmitido para outras pessoas durante futuros repastos. O mosquito permanece infectado por toda a sua vida, cuja duração é de seis a oito semanas.
Já o período de incubação no ser humano varia de quatro a dez dias, sendo em média de cinco dias, após o qual surgem os sintomas da doença.

Como evitar?

Atualmente, não existem (2015) vacinas ou drogas antivirais. Algumas estão em fase final de desenvolvimento e em processo de avaliação. O único elo vulnerável da cadeia epidemiológica do dengue é o mosquito. Assim sendo, o controle está focado na redução de possíveis criadouros das larvas do Aedes aegypti.

Repelentes devem ser aplicados na pele exposta ou nas roupas, conter DEET, IR3535 ou Icaridin e ser utilizados em estrita conformidade com as instruções do rótulo. Os mosquiteiros proporcionam proteção para bebês, pessoas enfermas e trabalhadores noturnos.
A utilização de roupas abaixo da cintura pode reduzir a exposição da pele durante o dia, período durante o qual os mosquitos são mais ativos, proporcionando alguma proteção contra as picadas dos vetores da dengue. Para reduzir picadas em ambientes fechados, recomenda-se o uso de inseticidas domésticos em aerossol, espiral ou vaporizador. A instalação de estruturas de proteção nas residências, como telas em janelas e portas, também podem ajudar a reduzir as picadas.

Nas plantas e jardins, é imprescindível manter pratos de vasos sempre secos. Colocar um pouco de areia nos pratos também é uma boa medida pois evita o risco de água parada. Garrafas vazias devem ser sempre posicionadas de cabeça para baixo e, preferencialmente, guardadas em lugares cobertos para evitar o acúmulo de água da chuva.



Como tratar?

Não existe um tratamento específico para a dengue, apenas medidas que aliviam os sintomas. É importantíssimo ingerir grande quantidade de líquidos, como água, chás, sucos e soros.

Importante: Medicamentos à base de ácido acetil salicílico, como aspirina e AAS, além de antiinflamatórios, não devem ser utilizados pois aumentam o risco de hemorragias.

Três mitos sobre a dengue:

1) A vitamina B afasta o Aedes aegypti? A vitamina B pode até afastar mosquito, mais esse efeito não é duradouro e varia de acordo com o metabolismo de cada pessoa, podendo ser nulo em alguns indivíduos.

2) Qualquer picada de mosquito transmite a doença? Para transmitir a dengue, o mosquito deve estar contaminado, caso contrário, isso não acontecerá. Outro ponto é que cerca da metade das pessoas picadas não desenvolve a doença. Entre as que desenvolvem, 35% das pessoas apresentam formas subclínicas, ou seja, não apresentam sintomas. Porém, é muito importante que, em caso de dúvida, a pessoa procure o posto de saúde mais próximo.

3) As larvas do Aedes aegypti só se desenvolvem em água limpa?
Para combater a dengue, é importante eliminar todo e qualquer reservatório de água parada uma vez que os ovos do mosquito também podem se desenvolver em água parada e suja.

A dengue pode matar?

Sim. Indivíduos que desenvolvem os casos mais severos da doença e não têm o devido acompanhamento de profissionais da saúde podem ir a óbito. Assim sendo, é importante ficar atento a sangramentos (nariz e gengivas), dores abdominais intensas e contínuas, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão, pulso rápido e fraco, tontura e perda de consciência. Ao perceber esses sintomas, deve-se procurar um posto de saúde imediatamente pois a evolução da doença poderá ser positiva somente com acompanhamento médico.